O QUE É O CLEAN LANGUAGE
Clean Language (Linguagem Limpa) é uma disciplina originalmente desenvolvida pelo psicoterapeuta David Grove como uma ferramenta para facilitar seus clientes a compreenderem seus padrões de comportamento e gerarem mudanças positivas em suas vidas. O Clean Language é um conjunto de perguntas cuidadosamente elaboradas que podem ser usadas para explorar progressivamente a realidade intrínseca e pessoal de um cliente, sem adicionar nenhuma informação extrínseca (como os próprios conceitos, suposições ou sugestões do facilitador).
As perguntas de Clean Language permitem que um facilitador treinado ajude seu cliente a descobrir e a expressar mais informações sobre como ele próprio funciona. À medida em que o cliente expressa sua própria experiência subjetiva, experimenta seus padrões de pensamento ou comportamento de forma imediata, em tempo real. Isso o permite a adentrar à matriz da sua experiência e que seu sistema encontre as condições necessárias para expressar suas propriedades emergentes e se auto-organizar. Não é necessário que o facilitador de Clean Language compreenda o motivo do cliente funcionar do jeito que funciona. Não se espera que o facilitador imponha nenhum tipo de solução ou sugestão. O simples processo de facilitar que o cliente explore seu próprio modelo de mundo, leva a mudanças espontâneas e surpreendentes.
Da década de 80 até o início dos anos 2000, David Grove desenvolveu inúmeras aplicações com o Clean Language voltadas para a resolução de memórias traumáticas e diversas demandas clínicas, como a cura da Criança Interior Ferida, o trabalho com o Espaço Perceptual e a Cura Intergeracional, que compuseram a Terapia da Metáfora Groviana (Grovian Therapeutic Metaphor) com os seus Quatro Quadrantes. A partir de 1995, James Lawley e Penny Tompkins desenvolveram um longo trabalho de modelagem com David Grove, o acompanhando em seus workshops e retiros, com o objetivo de codificar e estruturar as inovações que ele desenvolvia profusamente em um modelo unificado, que se tornou posteriormente, no ano 2000, a Modelagem Simbólica.
Desde então, o Clean Language tem sido utilizado com sucesso por décadas em campos abrangentes, como terapia, aconselhamento, educação, coaching, gestão, medicina, pesquisa acadêmica, auditoria e negócios.
Quem foi David Grove?
David Grove (1950-2008), foi um psicólogo neozelandês que na década de 1980, desenvolveu diversos métodos clínicos para resolver memórias traumáticas de seus clientes, especialmente aquelas relacionadas ao abuso infantil, estupro e TEPT. Ele percebeu que muitos clientes naturalmente descreviam seus sintomas usando metáforas, e que, quando os questionava usando palavras específicas, a percepção deles sobre o trauma começavam a mudar e o trauma a se resolver naturalmente. Isso o levou a criar a Clean Language, uma maneira de fazer perguntas sobre as metáforas do cliente, sem nunca contaminá-las ou distorcê-las com as próprias opiniões ou pressupostos como terapeuta.
David, com sua experiência extraordinária e sensibilidade, criou diversas abordagens revolucionárias ao longo da sua vida como o Clean Language, Clean Space e Emergent Knowledge.
Clean Space e Emergent Knowledge
O Clean Space é um processo de facilitação criado por David Grove para permitir que as pessoas aprendam sobre seus mundos internos, criando redes de espaços físicos nos quais se movimentam e exploram. O processo funciona partindo do pressuposto de que parte da nossa experiência é armazenada não só na linguagem, mas também na posição do corpo, na localização e no espaço.
Em uma sessão de Clean Space, o facilitador convida o cliente a encontrar diferentes espaços físicos (geralmente em uma sala, embora possa estar em qualquer lugar) para representar diferentes aspectos de seu pensamento e cognição como ideias, questões, problemas ou projetos. O cliente se move de um espaço para o outro, fazendo uma pausa em cada um para considerar o que sabem desse ponto. Dessa forma, ele constrói uma rede de conexões entre os muitos pensamentos, sentimentos e ideias em sua mente e corpo. O cliente literalmente transporta a ideia em sua mente para o espaço físico, de onde pode compreender sua questão de ângulos diferentes e de forma psicoativa. O processo e as conexões geradas proveem insights e soluções espontâneas surgidas do que David denominou posteriormente de Emergent Knowledge (Conhecimento Emergente).
Explorar essa rede espacial é como viajar pelos caminhos da mente. O efeito pode ser difícil de descrever, mas normalmente, as pessoas ficam surpresas com o novo entendimento que surge aparentemente do nada. A mudança acontece naturalmente como resultado do sistema do cliente se tornar mais consciente de sua própria organização.
O Clean Space é um processo muito flexível que pode ser adaptado de centenas de maneiras para resolver problemas, estimular a criatividade e como um processo de desenvolvimento generativo. David Grove projetou o processo para ajudar o cliente a “colocar sua história no chão” e a se mover livremente sem ela, abrindo novas perspectivas e facilitando a mudança.
O Clean Space foi o ponto de partida para os processos do Emergent Knowledge, um dos últimos desenvolvimentos de David Grove antes de sua morte prematura em 2008. É um processo de autodescoberta que envolve o uso iterativo de perguntas limpas e que facilita o cliente na busca de suas próprias ideias ou soluções, através das propriedades emergentes.
Grove foi inspirado pela nova ciência da emergência. Ele trabalhou na noção de que espaços de informação adjacentes se conectariam em rede e que, a partir da sua iteração e integração, novos conhecimentos emergiriam com o mínimo de interferência do facilitador. A repetição de uma única pergunta impulsionaria um algoritmo de mudança que provocaria uma reestruturação sistemática da cosmologia pessoal do cliente, na qual as situações problemas – medo, culpa e assim por diante – se autorreorganizariam em uma forma mais administrável e, em alguns casos, deixariam de existir completamente. Como fruto desse trabalho, a técnicas desenvolvidas por David Grove foram formalizadas em um conjunto de processos que ficou conhecido como Emergent Knowledge.
Os processos facilitam o cérebro a aprender consigo mesmo. Os sintomas do cliente são encorajados a proclamar o que sabem, a revelar os seus pontos fortes e fracos, a explorar seus recursos e a atingir seus objetivos. Isto é feito através da formação de uma rede de nós individuais de informação, aproveitando os princípios iterativos de emergência. O Clean Space e o Emergent Knowledge são dois recursos terapêuticos valiosos, frutos da genialidade e legado de David Grove.
Um gênio gentil escapou da lâmpada. Seu nome é David Grove, e a sua mágica, Clean Language.
Ernest RossiAs 12 Perguntas Base de Clean Language
As 12 perguntas base de Clean Language são tudo o que você precisa para desenvolver uma metáfora, trabalhar com ela e amadurecer as mudanças à medida que elas ocorrem. As perguntas são “limpas” porque não contaminam involuntariamente a experiência do cliente com as suas metáforas e suposições de terapeuta ou facilitador de mudanças. As perguntas convidam a atenção dos clientes para vários aspectos de sua própria experiência e metáforas enquanto os ajudam a se auto-organizarem.
Questões de Desenvolvimento
– (e) que tipo de X (é esse X)?
– (e) tem mais alguma coisa sobre X?
– (e) onde é X? ou (e) onde especificamente é X?
– (e) tem algum relacionamento entre X e Y?
– (e) quando X, o que acontece com Y?
– (e) [isso] [é] X como o quê?
Perguntas de Sequência e Origem
– (e) então, o que acontece? ou – (e) o que acontece em seguida?
– (e) o que acontece logo antes de X?
– (e) de onde X poderia ter vindo?
Perguntas de Intenção
– (e) o que X gostaria que acontecesse?
– (e) o que necessita acontecer para X?
– (e) pode X?
CLEAN LANGUAGE NO MUNDO!
O trabalho e legado de David Grove se expande em diversos países, transformando vidas e facilitando mudanças profundas em suas várias áreas de aplicação. Conheça o The Clean Collection, o site central sobre Clean Language no mundo. Nele você poderá encontrar centenas de artigos e informações sobre a Modelagem Simbólica de Penny Tompkins e James Lawley e o Clean Language de David Grove.